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No conteúdo anterior, discutimos sobre a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e o uso das calculadoras, certo?
Vamos retomar um dos pontos que me chamaram bastante a atenção que é a utilização da calculadora e demais recursos tecnológicos para resolver problemas matemáticos.
Você já ouviu falar do Método da Resolução de Problemas? Já parou para pensar neste método aliado à utilização de recursos tecnológicos? Qual é a importância do método? E ainda, pensou na diferença de resolver um exercício matemático e resolver uma situação-problema com a calculadora?
Para começar, é necessária uma apresentação do que se define como problema. Para as autoras e professoras, Muriele Massucato e Eduarda Diniz Mayrink, “os problemas exigem reflexão, questionamentos e tomadas de decisão. Trata-se de uma situação na qual se procura algo desconhecido e o aluno não tem nenhum algoritmo prévio que garanta a sua resolução.” (MASSUCATO; MAYRINK, 2015, s.p).
Um dos meios para resolução é pelo Método da Resolução de Problemas, entendido como a resolução de cada etapa, realizada pelos alunos, na validação das respostas. Um dos estudos precursores do método foi escrito e publicado pelo George Polya em 1944 com o título “A arte de resolver problemas”, em que são adotados alguns passos para resolver um problema Polya (2006), que apresentaremos articulados com um estudo publicado na Deakin University:
Quando um problema ou uma situação-problema é resolvida com a utilização de calculadoras, elas se tornam recursos e o aluno precisará pensar-com-tecnologias (ROSA, 2005), ou seja, pensar-com-a-calculadora. Ao elaborar a estratégia para a resolução do problema, as respostas não serão “dadas” pela calculadora. Sendo assim, não é o mesmo que utilizar a calculadora no final do processo.
Suponhamos que sejam passadas duas atividades para os alunos resolverem na calculadora.
Atividade 1: Calcule 50 x (1+0,005).
Atividade 2: No dia 01 de agosto, você resolveu abrir uma caderneta de poupança com R$50,00. Supondo que a taxa de juros seja 0,5% ao mês. Qual seria o montante depois de 12 meses, sendo realizados depósitos mensais de R$50,00 no primeiro dia de cada mês?
Observe que, com a calculadora, o aluno poderá resolver ambas atividades. Porém, ao trazer uma situação-problema, como na atividade 2, há outras possibilidades de discussão e busca para resolução com diferentes estratégias utilizando a calculadora.
De problema em problema, pensando-com-a-calculadora, o aprendizado da Matemática dentro da sala de aula pode ser otimizado.
Seguiremos compartilhando conhecimentos e novas formas de “pensar-com-a-calculadora” com vocês. Até o próximo conteúdo!
Por: Juliana Çar Stal, professora de Matemática da educação básica e doutoranda em Educação Matemática – UNESP
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Ministério da Educação. Brasília, 2017.
Problem solving techniques: Steps and methods (deakin.edu.au).
POLYA, George. A arte de resolver problemas. G. Polya; [tradução Heitor Lisboa de Araújo]. – Rio de Janeiro: Interciência, 2006.
ROSA, M. Cyberformação com professores de matemática: interconexões com experiências estéticas na cultura digital. In: ROSA, M.;BAIRRAL, M. A.; AMARAL, R. B. (Org.). Educação Matemática, Tecnologias Digitais e Educação a Distância: pesquisas contemporâneas. São Paulo: Livraria da Física, 2015, p.57-96.
MASSUCATO, M. MAYRINK, E. D. Qual a diferença entre problema e exercício? 2015. Disponível em: https://gestaoescolar.org.br/conteudo/1504/qual-a-diferenca-entre-problema-e-exercicio.
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Ana Cláudia Cossini Martins
Professora Especialista em Currículo (Física)
Secretaria de Educação do Estado de São Paulo
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Maria Regina Duarte Lima
Professora Especialista em Currículo (Matemática)
Secretaria de Educação do Estado de São Paulo
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Paula Roberta Pereira da Silva
Professora Componente Física
Secretaria de Educação do Estado de São Paulo