A Tecnologia e o Método de Resolução de Problemas

A Tecnologia e o Método de Resolução de Problemas

Juliana Çar Stal

|

18 de dezembro de 2023

|

Tempo de leitura: 12 minutos

No conteúdo anterior, discutimos sobre a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) e o uso das calculadoras, certo?

Vamos retomar um dos pontos que me chamaram bastante a atenção que é a utilização da calculadora e demais recursos tecnológicos para resolver problemas matemáticos.

Você já ouviu falar do Método da Resolução de Problemas? Já parou para pensar neste método aliado à utilização de recursos tecnológicos? Qual é a importância do método? E ainda, pensou na diferença de resolver um exercício matemático e resolver uma situação-problema com a calculadora?

Você terá as respostas para essas perguntas aqui!

Para começar, é necessária uma apresentação do que se define como problema. Para as autoras e professoras, Muriele Massucato e Eduarda Diniz Mayrink, “os problemas exigem reflexão, questionamentos e tomadas de decisão. Trata-se de uma situação na qual se procura algo desconhecido e o aluno não tem nenhum algoritmo prévio que garanta a sua resolução.” (MASSUCATO; MAYRINK, 2015, s.p).

Um dos meios para resolução é pelo Método da Resolução de Problemas, entendido como a resolução de cada etapa, realizada pelos alunos, na validação das respostas. Um dos estudos precursores do método foi escrito e publicado pelo George Polya em 1944 com o título “A arte de resolver problemas”, em que são adotados alguns passos para resolver um problema Polya (2006), que apresentaremos articulados com um estudo publicado na Deakin University:

  1. Definição e compreender o problema: leitura, retirada de dados para compreender o que está sendo solicitado;
  2. Estabelecer estratégias: momento de conectar o que se pede no enunciado com os conhecimentos matemático para chegar na resposta desejada, a partir de uma listagem das possíveis soluções;
  3. Avaliação das opções das estratégias;
  4. Seleção da melhor solução;
  5. Execução do plano: efetuar os cálculos implementando um plano;
  6. Verificação da resposta: retrospectiva da resolução conectando-a com o que se pede no enunciado;
  7. Comunicação da solução.

Quando um problema ou uma situação-problema é resolvida com a utilização de calculadoras, elas se tornam recursos e o aluno precisará pensar-com-tecnologias (ROSA, 2005), ou seja, pensar-com-a-calculadora. Ao elaborar a estratégia para a resolução do problema, as respostas não serão “dadas” pela calculadora. Sendo assim, não é o mesmo que utilizar a calculadora no final do processo.

Vamos entender melhor com exemplos? 

Suponhamos que sejam passadas duas atividades para os alunos resolverem na calculadora.

Atividade 1: Calcule  50 x (1+0,005).

Atividade 2: No dia 01 de agosto, você resolveu abrir uma caderneta de poupança com R$50,00. Supondo que a taxa de juros seja 0,5% ao mês. Qual seria o montante depois de 12 meses, sendo realizados depósitos mensais de R$50,00 no primeiro dia de cada mês?

Observe que, com a calculadora, o aluno poderá resolver ambas atividades. Porém, ao trazer uma situação-problema, como na atividade 2, há outras possibilidades de discussão e busca para resolução com diferentes estratégias utilizando a calculadora.

De problema em problema, pensando-com-a-calculadora, o aprendizado da Matemática dentro da sala de aula pode ser otimizado.

Seguiremos compartilhando conhecimentos e novas formas de “pensar-com-a-calculadora” com vocês. Até o próximo conteúdo!

Por: Juliana Çar Stal, professora de Matemática da educação básica e doutoranda em Educação Matemática – UNESP

 

Referências:

BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Ministério da Educação. Brasília, 2017.

Problem solving techniques: Steps and methods (deakin.edu.au).

POLYA, George. A arte de resolver problemas. G. Polya; [tradução Heitor Lisboa de Araújo]. – Rio de Janeiro: Interciência, 2006.

ROSA, M. Cyberformação com professores de matemática: interconexões com experiências estéticas na cultura digital. In: ROSA, M.;BAIRRAL, M. A.; AMARAL, R. B. (Org.). Educação Matemática, Tecnologias Digitais e Educação a Distância: pesquisas contemporâneas. São Paulo: Livraria da Física, 2015, p.57-96.

MASSUCATO, M. MAYRINK, E. D. Qual a diferença entre problema e exercício? 2015. Disponível em: https://gestaoescolar.org.br/conteudo/1504/qual-a-diferenca-entre-problema-e-exercicio.

Mais artigos

9 de setembro de 2024
Que tal trazer a calculadora para o seu planejamento escolar?

O que você acha de trazer a calculadora para o seu planejamento? Como integrar o uso da calculadora…

Tempo de leitura: 12 min
8 de julho de 2024
A calculadora científica no Ensino Superior

A importância de uma boa escolha dessa ferramenta. A calculadora científica é uma ferramenta essencial que desempenha um…

Tempo de leitura: 15 min
4 de julho de 2024
O que exatamente faz um pesquisador?

Essa é uma pergunta que qualquer pessoa que não esteja diretamente vinculada ao meio acadêmico poderia fazer…No entanto,…

Tempo de leitura: 20 min

Newsletter

Mantenha-se atualizado com as últimas notícias e obtenha treinamentos e recursos da Divisão Educativa da Casio!

"Porque a BNCC não te diz como fazer. A BNCC diz que é importante que se use [calculadoras]. É importante que se leve para sala de aula as tecnologias, a calculadora ou uma planilha. Mas o como fazer, isso ela [a BNCC] não faz. O como fazer é o que a gente faz na Casio. "

Lorem ipsum dolor sit amet consectetur. Risus aenean sed vivamus iaculis. Adipiscing nibh sed pellentesque proin ut suspendisse. Sit nunc et eu amet. Enim mi enim nam vitae magna cras nullam amet.

Ana Cláudia Cossini Martins

Professora Especialista em Currículo (Física)
Secretaria de Educação do Estado de São Paulo

"Ele [o estudante] precisa ter todo um conhecimento matemático para que ele possa inserir os comandos na calculadora. A medida que a gente vai trabalhando com esses comandos matemáticos, ele vai desenvolvendo o seu raciocínio lógico-matemático ."

Lorem ipsum dolor sit amet consectetur. Risus aenean sed vivamus iaculis. Adipiscing nibh sed pellentesque proin ut suspendisse. Sit nunc et eu amet. Enim mi enim nam vitae magna cras nullam amet.

Maria Regina Duarte Lima

Professora Especialista em Currículo (Matemática)
Secretaria de Educação do Estado de São Paulo

"Eu fico ansiosa esperando cada formação, porque eu saio renovada e aprendendo mais a cada formação. Porque nós educadores somos eternos estudantes."

Lorem ipsum dolor sit amet consectetur. Risus aenean sed vivamus iaculis. Adipiscing nibh sed pellentesque proin ut suspendisse. Sit nunc et eu amet. Enim mi enim nam vitae magna cras nullam amet.

Paula Roberta Pereira da Silva

Professora Componente Física
Secretaria de Educação do Estado de São Paulo